Ourobouros sem reconstrução

 


        Hello world, ainda ando cabisbaixa e nada esperançosa com a vida mas parece que as coisas estão começando o início de alguma melhora - desculpe o pleonasmo mas é o que é. Tentei voltar a hábitos antigos mas a leitura ainda está desestimulante devido a fatores emocionais.

        Em abril tive terapia e a psicóloga disse algo que não sei se consigo superar, por mais que eu diga a mim mesma que as coisas foram do jeito que foram não apenas por causa das minhas ações como também de outras pessoas, ainda não sei o que fazer com essa culpa toda - boto no cú? Sei lá, só sei que percebo que será um longo caminho desmistificar essa crença de que tudo é minha culpa.

        A notícia boa que precipita o início de um recomeço é que estou trabalhando como folguista numa padaria. Isso me lembra verdades duras que ouvi da irmã da minha madrinha ao ser entrevistada, percebi que o que eu chamava de receio na verdade é um medo de viver, de lutar pra ser mais específica. Vejo que tudo que exige esforço e independência me faz jogar a toalha, o que corrobora ainda mais para que eu me sinta cada vez pior comigo mesma. Um ciclo maldito sem fim se formou sem eu perceber, e não sei como chegar à uma saída que não seja suicídio.

        Além dessa crise existencial misturada a dos 30, tenho tentado me distrair com coisas fúteis e esperanças de relacionamento, tudo isso sem sucesso. Um bloqueei por ter me colocado num grupo de whatsapp sem ter me consultado, outro tem me dado claros sinais de que só me quer em momentos de grande tesão, um terceiro puxou assunto mas não deu mais corda, enquanto um quarto tem se mostrado mais interessado mas ainda não saquei se ele quer só uma transa ou se está aberto para relacionamento. Confesso que tenho ficado receosa em me envolver com alguém que tenha graduação completa por me comparar e não me achar suficiente, afinal não tenho carreira e por consequência ficaria à mercê dele igual nos filmes ambientados na época que esposa era dependente de marido pra tudo.

Vou parar por aqui pois a culpa de não ter feito diferente chegou e não quero lidar com ela agora.

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